"Arrumei os amores, é a primeira regra da vida – saber arquivá-los,
entendê-los, contá-los, esquecê-los. Mas ninguém nos diz como se
sobrevive ao murchar de um sentimento que não murcha. A amizade só se
perde por traição – como a pátria. Num campo de batalha, num terreno de
operações. Não há explicações para o desaparecimento do desejo, última e
única lição do mais extraordinário amor. Mas quando o amor nasce
protegido da erosão do corpo, apenas perfume, contorno, coreografado em
redor dos arco-íris dessa animada esperança a que chamamos alma – porque
se esfuma? Como é que, de um dia para o outro, a tua voz deixou de me
procurar, e eu deixei que a minha vida dispensasse o espelho da tua?"
27/07/2012
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